terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

COROATÁ : Coroatá e as mortes anunciadas. Leia a crônica dos acidentes na cidade!


E assim tenho visto a rotina me intimidar. Morre gente e “nada” se tem feito. Tomo um gole d’água e espero próximo a blitz que sempre surge após uma tragédia. Minhas pernas nem cansam, ora, lá vem o sol dispersando a polícia que insiste em lutar com as mãos atadas.

E de repente, quando se vão, tudo volta ao normal. Uma juventude brilhante! Exímios acrobatas e equilibristas, voando por cima de motos e as motos por cima deles. Ou então os melhores bêbados condutores de motocicletas, driblando a própria sombra. De sempre e sempre, levando junto quem não quer participar da brincadeira. E novas lágrimas são derramadas e o processo recomeça.

A culpa? É de todos ora! Que permanecem ocupando as ruas com suas bicicletas ou mesmo a pé, sem deixar o caminho livre.

Pensando bem, a culpa é minha, por permanecer calado enquanto os sangues respingam por entre meus dedos. E mesmo sóbrio não vejo a responsabilidade de meus atos e suas conseqüências. Tenho luvas que podem proteger minhas mãos, mas pareço desejar os calos que as cercam. 

A consciência é um universo fascinante, porém vive longe. E pior: raramente a convidamos para um café da manhã. Enquanto isso, lá vem a rotina voltando a intimidar-me. E outra vez lágrimas! De verdade, nada disso parece tão lamentável, não até que as lágrimas sejam de quem amamos.


Crônica: Antonielson Sousa

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